RITUAL
Segurando o machado levou a criança pra debaixo da árvore. Estranhou as raízes invertidas e a terra mais vermelha. Será a minha cegueira? Deus fez uma mosca que come os nossos olhos. Por quê? Deixa pra lá. Pra que pensar? Então deixa. Logo em seguida – agora mais feliz – agarrou o gato. Como a fêmea faz com os filhotes. Só que não era fêmea. Não tinha a boceta. E usava a camisinha do Ozzy. E fez com o gato o mesmo o que fez com a criança. Levou para debaixo da árvore e... // arrancou-lhe a cabeça.
Lua cheia de merda – mas branca. 11 e/2
( + sangue no espaço // entre o céu e o machado //
o invisível desafina // o tom sensível, o tátil)
//...quando deu meia noite ainda lá debaixo da árvore. Virou para a janela. E ele não era ele. Ele era VOCÊ. E você se viu em pé ao lado da criança, do gato e de uma menininha // observando você mesmo // e o que a sua alma segurando um machado fazia no inferno...
se masturbando na frente do computador.
[trecho do meu livro Medo Dos Pretos // não publicado]
Comentários
Postar um comentário