ESTADOS UNIDOS DOS 3 DIAS
Diário 1
Hoje eu vi um documentário sobre uma modelo que veio do interior e se casou com um velho milionário numa cadeira de rodas. Muito dinheiro faz as pessoas ficarem doidas. Em tempos de paz o guerreiro destrói a si mesmo. E engorda. Não julgueis, você é um filho da puta também. Só não tem dinheiro e não vive no país do rei dos burros. A nossa América. Deus a salve! Saravá.
Diário 2
Aguentar é a coisa mais importante do mundo. Aguentar ficar sozinho. Uma mulher levou o bebezinho em um exorcista. A febre não baixava. O pai de santo arriou um levante, uma planta mágica. Passou no peitinho da menininha. Hoje é uma mulher. Um mulherão. Dança agarrada em uns ferros em uma boate na América. Gordões botam dinheiro na calcinha, tipo três e meia da tarde. Mas o teatro é escuro assim mesmo. Perto de um posto de gasolina. Morei com ela em San Diego. Da paraíba à Califórnia. Manda dinheiro pra mãe e diz que eu não sou homem. Nunca entendi porque ela diz isso. Deve ter raiva de mim. Talvez porque eu só goste de ficar deitado. De frente para a praia. Curtindo a depressão. Odiando o sol e o mar. E a gaivotinha.
Diário 3
Todos os dias se parecem com os domingos. Os meus são como as terças-feiras. Assistindo lutas antigas do UFC. Nunca treinei para nada. Mas os gladiadores conseguem levantar os seus joelhos e porrar a cara dos denominados Juan Carlos e Jesus. Que nocauteiam. Daqui a pouco vou ter que lavar pratos. E os mexicanos que lavam pratos comigo dizem que não se deve por música alta na semana da morte dos santos. E engolindo cocaína saem tristes do banheiro depois que a americaninha branquela saí também rindo do peru deles tão pequeno. Fazendo um sinal com o indicador e o polegar. Rola Kiss em nosso radinho. E quando ela me olha penso até que gosta de mim. Mas é só fantasia. Sou covarde. E aproveito para abaixar o volume. Mexicano revoltado é uma merda.
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