PLANO ÔMEGA

 

Está aqui a papelada. E o cristal de cocaína. E se virar lagarto? Papa, assine. Você está sendo despejado. Assinei. Fui para o mato. O saquinho no bolso. Na pedra do rio. Sentei e cheirei. Acordado via as estrelas. Mudando o seu lugar no cosmos. São Cosme e Damião – também. Trincado não dormi, estava claro. Por dentro. Precisava arrumar um feto. E o obscuro se revelou. Pupilas saturninas. Encontrei a mulher na estrada. Me arrumei. Pus óculos. Não de colibri. Os meus olhos de lagarto. Sangue novo. Levei para dentro do mato. Espetei com a glande inchada. Grávida, nos casamos. Tudo deu certo. Nos mudamos para a cidade. Uma das grandes. A criança nasceu. Depois sumiu. Hoje eu trabalho com o comércio. Finanças internacionais. E sei que com a TV. Meu povo controla mentes. As estações. De rádio e remédios. Pauladas energéticas; frequências de vibrações alterando o que foi onda ou partícula se encontra na raiz do ânimo, no topo da cabeça – depende de quem vê. Navego a serpente luminosa. A manutenção da espécie. Licença, onde é a maternidade? Ali, e é logo. Troquei a fome pela juventude – é maior que nós. Os homens lagartos.

Sobe o pano. Depois da cerejeira. A vida. Constante looping. O círculo que vai fechando. Disse o inglês que nos persegue. São todos filhos dos ricos. Desde o antigo Egito, Babilônia, mesopotâmia. Não envelhecem. Servem a Satã. A lua pedra morta. Posta no céu para enganar. Disque meia meia meia e peça – abaixe o fogo. Eu quero entrar. A cabeça é controlada – porque precisamos de sua energia. Pêndulo cadáver. Surfe dimensional. Exu das Mortes. Medo – caminho para o sucesso. Você acha que eu escolhi ser lagarto? Não. Foi um anjo que comeu firme. Lá atrás. As nossas mães. Crime é não lutar pelo que cria. E se copias. Tanto faz. Quem não quer ganhar? O quê? Viajante do tempo? Precisamente isto. A eternidade escondida – no sangue infantil. Eu oro. E quando durmo. O ventilador lembra. O que propulsa a nave de pedra. Milenar. Habitando o vidro escuro. Da porta que eu abro – beijando bundas.