COMEÇO

 







  • Como surgiu o Universo, a vida, todas as coisas?

  • Antes eu tenho que te garantir que o Universo seria impossível sem que houvesse um criador, ou criadores. Porque se as coisas existem é porque algo que existe, ou existiu, foi capaz de criar todas as coisas que existem.

  • Não entendi, como assim?

  • O que não existe não pode criar o que existe.

  • Cacetada! Você acabou de provar a existência de Deus!

  • Não, Isaque, escute com atenção. Deus é um ser criado pelas diversas culturas deste planeta. É uma ideia. Na minha opinião se ele fosse como as religiões do mundo o professam não precisaríamos de fontes que nos passassem a sua gênese, a sua identidade, confirmassem a sua existência, e o que é pior, o seu comportamento. Eu descarto deus desta nossa conversa.

  • Então qual é a sua elucubração sobre este ser ou seres, como você disse, que criaram o Universo e o nosso planeta, por exemplo?

  • Para isso temos que imaginar o anterior a tudo e ao TODO que foi criado, até mesmo antes da descoberta das galáxias, antes da criação do Universo, da mais primitiva célula, e da vida.

  • Me lembra aquele filme Prometheus, onde existem os Engenheiros, os Aliens.

  • Essa foi boa... Eu também tinha pensando nisso. Mas no filme os Engenheiros faziam seus experimentos de manipulação genética neste planeta, e isso acontecia apenas em um momento anterior à espécie humana. A gente tem que ir mais para trás, ir mais além, até aquele ponto infinitamente anterior ao qual os Engenheiros foram criados, ao marco onde tudo “começa”.

  • E como foi este começo? O Big bang foi uma explosão, não foi?

  • E você já parou pra pensar o que causou esta explosão?

  • Não foi aleatória?

  • Não, claro que não. Se lembra que eu te disse que apenas o que existe pode criar algo que existe. Provocar uma reação?

  • Ah, sim...sim.

  • O Big bang é o resultado da explosão de um laboratório onde um Criador ou Criadores faziam experimentos altamente manipuláveis e sofisticados de construção de existências. De universos ou de um novo Universo. De formas e mundos. De dimensões.

  • Como é que é? Mas isso é muito louco...

  • O que chamam erroneamente de Deus era um destes seres. Pense no Galactus, o devorador de mundos da revista do Surfista Prateado. Sabe quem é? Então, estes seres ou ser, por engano ou uma vontade suicida de abraçar a eternidade e permear com a sua dissolução todas as coisas, ondas, partículas, massas e  densidades infinitas, explodiu o seu laboratório e morreu, foi aniquilado em sua completude, fazendo com o que o Universo viajasse bilhões e bilhões e bilhões de anos até chegarmos aqui.

  • Então Deus, estes Criadores, estão mortos? Tudo isso pode ter sido um acidente, um sacrifício calculado, um suicídio?

  • Sim. Mas as criaturas e as substâncias, até mesmo as dimensões, continuam fazendo tudo que podem para se equilibrarem, existirem, na impossibilidade do caos. Na malha biológica e atômica da existência, daquilo que entornou e que continua entornando e que foi criado pela explosão de um laboratório alienígena. Ou pelo menos, no caso dos seres humanos, para não enlouquecermos, supomos existir algo ou fórmulas que nos deem a certeza que não somos órfãos. De que não viajamos no vácuo. Prisioneiros de constelações desconexas e abissais.

  • Puta que... Então o que nos resta?

  • Entender o grito.

  • O grito?

  • Sim. O grito de nossos criadores, no milésimo de segundo daquela explosão, e que até hoje ecoa em tudo que existe desde o começo dos tempos. E que talvez seja a única coisa real. A única coisa real...

  • A única coisa...

  • Que nem o silêncio.

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