NEM NINJA NEM NADA

 

Odeio samurai. Não sou samurai. Nem ninja. Vim pra cá com a moça que trabalha na casa. Chamam, pivete. Como você sabe de samurai? – ela pergunta. TV Pau. O filho da patroa tem bonequinho. Caiu de frente. Lembrei na rua, enquanto ajeitava a chinela, do jeitinho dele. Uma rua encontra a outra. Nem samurai, nem ninja. Caiu que nem Nijinsky. Pulando às cegas – com a cara assim (ó). Abatido. Estatelado. No canto. Contra a porta de aço. Da padaria.

• Desce outra aí! Quer mais uma?

• Quero.

Como você sabe de Nijinski, ninja e samurai?

A patroa gostava de dança. Eu só sei que eu sou pobre. E a sabedoria que eu roubo do mundo – não vale merda.