PANCREATITES

 



O espírito é eterno. Depois da morte alguns de nós encontrará o paraíso perdido.”

Ah, é? O espírito de quem?”

De todos nós.”

Você quer dizer de todos nós, só porque somos seres humanos?”

Não entendi.”

Se há o tal espírito eterno, a alma eterna... Para onde vai o espírito dos cachorros?`Ou melhor o espírito das minhocas, dos vírus e dos animais?”

Esses não possuem espírito.

Ah, não? Por quê? Alguns desses seres tem dois olhos, pulmões, cérebro, intestino e coração, mas não têm espírito?”

Apenas os seres humanos são filhos de Deus.”

E quem criou as amebas, os alces? O Diabo?”

Talvez, quem sabe?”

Então se o Diabo também tem o poder da criação nada nos garante que TODAS as formas de pensamento incluindo as religiões foram criadas por ele também! Para nos iludir. A incerteza será eterna! Você percebe que sempre voltamos ao mesmo ponto, para a mesma construção?”

Pensar nessas coisas deve ser pecado, me dá muito nervoso!”

É o nervoso que antecede a hora de sair da cama, do cortisol santificado, de sair por aí debaixo do sol. Veja bem, você está me dizendo que apenas os seres humanos possuem espírito pelo fato de que os seres humanos são animais inteligentes e utilizaram esta mesma inteligência para criar ou inventar inúmeros contos de fadas que os distraiam ou os alivie da ideia da morte. Que os ajude a não entrar na casa do seu vizinho e barbarizar reclamando o que acreditam ser seu, o que o seu corpo, este saco de carne, precisa. A tara do ser humano é a finitude e o crime. Não há o espírito. Não há a alma eterna. Há apenas a morte. Porém, se houver um Céu para os vírus e os coelhos estamos apenas trocando uma ilusão por outra, construindo um lugar imaginário. A não ser que utilizemos a evolução das espécies na versão espiritual, a chamada reencarnação.”

Mas a reencarnação não é cristã.”

Não, não é. É mais uma fórmula criada para esta confusão pós morte, onde o espírito das coisas deve habitar. Reduzindo o corpo a um receptáculo para o espírito, a um casulo dentro de um cinema.”

Acho que você tem razão. Nada existe. Dor terrível. Negritude. Vou me liquidar.”

Não, é hoje que tudo existe! Se matar para quê? Crescei e multiplicai-vos. Branco azedo. Pancreatites!”




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